quinta-feira, 11 de julho de 2013

Alzheimer: A estimulação cerebral profunda 'reverte' a doença


Uma técnica que estimula os tecidos cerebrais com impulsos elétricos pode atenuar a perda cognitiva causada pelo Alzheimer. A equipe coordenada pelo neurocientista Andres Lozano, do Hospital Western Toronto, no Canadá, verificou a diminuição de glicose no lobo temporal e cíngulo posterior, em seis pessoas com a doença, submetidas à estimulação cerebral.

Os resultados foram publicados no Annals of Neurology. A doença de Alzheimer provoca progressiva deterioração das funções cerebrais, como perda de memória, da linguagem, da razão e da habilidade de cuidar de si próprio. Nos portadores, a região do hipocampo é uma das primeiras a encolher. O centro de memória funciona nessa área cerebral, convertendo as memórias de curto prazo em memórias de longo prazo. Sendo assim, a degradação do hipocampo revela alguns dos primeiros sintomas.

Segundo Lozanno, a diminuição do hipocampo e cíngulo superior especificamente pode estar associada a menores quantidades de glicose nestas regiões. E para tentar reverter esse quadro foi utilizada a técnica da estimulação cerebral profunda (do inglês, deep brain stimulation) que consiste em enviar impulsos elétricos ao cérebro através de eletrodos implantados na região craniana. Os condutores foram colocados próximos ao fórnix – um feixe de neurônios que envia e recebe sinais do hipocampo – nos seis pacientes diagnosticados com Alzheimer pelo menos 12 meses antes.

Testes realizados um ano depois, mostram que a redução da glicose foi revertida nas seis pessoas. Em dois destes pacientes, a deterioração da área do cérebro associada à memória não só parou de encolher como voltou a crescer. Nos outros quatro, o processo de deterioração parou por completo.

Os cientistas admitem, no entanto, que a técnica ainda não é conclusiva e que necessita de mais investigação. A equipe vai agora iniciar um novo teste que envolve 50 pessoas.


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