quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A terceira idade e o pleno emprego

Certa vez, um internauta, ao comentar um dos posts do Blog da Cristiane Brasil sobre emprego na terceira idade, informava que, perto de completar 60 anos, estava concluindo o curso de Serviço Social e indagava quais as chances dele no mercado de trabalho. Para este amigo e muitos outros – não tão jovens - que falam comigo sobre o tema, saibam que a qualificação é sempre um diferencial positivo no mercado de trabalho. E as chances de emprego para a terceira idade também tem neste fundamento um requisito importante, além da experiência, é claro.

O fato é que o aquecimento econômico tem feito com que o País registre um boom na geração de novos empregos, com números positivos em praticamente todas as faixas etárias, inclusive para a terceira idade, como ficou evidenciado em recente trabalho do IBGE (já postei matéria sobre o assunto no Blog). O que o instituto constatou é que a taxa de desemprego ficou em cerca de 2% para quem tem mais de 50 anos. Ou seja, praticamente, o País vive o pleno emprego para esta faixa etária.

A verdade é que tal fenômeno no mercado de trabalho nada mais é do que o reflexo da realidade atual da população brasileira, cujo grau de envelhecimento acelerado não é mais novidade para ninguém. E a sociedade, por conseguinte, tem que se adequar aos novos desafios advindos deste quadro. E a geração de oportunidades de trabalho também para a terceira idade deve ser prioridade em toda e qualquer política pública para o setor. Sempre defenderei esta tese.

Aposentados levam propostas para melhorar benefícios

Por Edna Simão

BRASÍLIA - Às vésperas de ser conhecido o novo presidente do País, os aposentados e pensionistas do INSS apresentaram ao governo federal uma série de propostas para melhorar o valor dos benefícios previdenciários a partir do próximo ano. Foi sugerido até a criação de uma secretaria interministerial de Assuntos Relacionados ao Idoso, Aposentados e Pensionistas.

Durante o encontro com as entidades que representam os aposentados e pensionistas, o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, apenas ouviu as reivindicações e tentou não se comprometer com nenhum pedido. "O compromisso do governo é manter o diálogo. Essa reunião não é uma demonstração de que decisões estão sendo tomadas", afirmou Gabas.

Segundo o ministro, as centrais vão unificar a pauta de reivindicações e até o dia 31 de dezembro o governo vai dizer o que é ou não possível fazer. Na reunião com os representantes dos aposentados ficou claro que ainda há divergência entre eles, principalmente, no que diz respeito à correção dos benefícios.

A Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) pede o mesmo porcentual de reajuste do salário mínimo a todos os aposentados e pensionistas. O Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical quer que seja criada uma política de recuperação do poder de compra dos benefícios dos que recebem mais que um salário mínimo. Nas últimas negociações, o governo tem se mostrado contra as duas ideias.

Consenso

Na avaliação do presidente do sindicato, João Batista Inocentini, conceder um aumento igual ao do salário mínimo pode prejudicar as negociações dos trabalhadores da ativa. "Essa é uma das divergências. Mas vamos nos reunir na próxima semana para tentarmos chegar a um consenso", destacou Inocentini.

O sindicato ligado à Força Sindical propõe ainda a criação de um Índice Nacional de Preços para aposentados e pensionistas e isenção de Imposto de Renda. Os representantes dos aposentados concordam, no entanto, com a extinção do fator previdenciário, criado em 1999 com o objetivo de desestimular as aposentadorias precoces.

A estratégia adotada pelos aposentados é parecida com os dos trabalhadores da ativa, que recentemente tiveram um encontro com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi com o objetivo de antecipar o debate em torno do salário mínimo. O objetivo é barganhar mais reajuste devido à corrida eleitoral.

Fonte: O Estado de São Paulo http://economia.estadao.com.br/noticias/not_41132.htm

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Terceira idade chega ao pleno emprego

Taxa de desocupados na faixa etária acima de 50 anos ficou em 2,2% em setembro

Por Lilian Primi

SÃO PAULO - Os bons ventos que agitam o mercado de trabalho sopraram para longe o estigma do desemprego, que historicamente acompanha trabalhadores com idade acima de 50 anos. A taxa de desocupação nessa faixa de idade ficou em 2,2% em setembro, segundo a Pesquisa Mensal do Emprego (PME), divulgada na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que indica o confortável cenário de pleno emprego.

A definição de pleno emprego pode variar de um país para outro, mas a Organização Mundial do Trabalho (OIT) considera que ela se estabelece quando as taxas de desocupados ficam abaixo de 3%, índice registrado nos países desenvolvidos no pós-guerra. Por esse critério, o mercado de trabalho para a terceira idade experimenta tal status desde setembro de 2009.

"Significa que os 2,2% de trabalhadores sem ocupação estão em transição entre um emprego e outro", diz o diretor adjunto do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade de Campinas (Unicamp), Anselmo Santos. A pedido do Estado, o Cesit investigou em quais ocupações essa população cresceu mais, utilizando a base de dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), e como está o saldo entre demitidos e contratados, também por ocupação, nos dados reunidos pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

As duas pesquisas trazem informações a respeito do trabalho formal: o Caged informa o movimento ocorrido a cada mês e a Rais, o estoque anual de empregados .

"O resultado é interessante: o estoque (número) de trabalhadores com 50 anos ou mais aumentou em quase 400 mil postos entre 2008 e 2009, mas o saldo, indicado pelo Caged, é negativo em mais de 53 mil postos. É a única faixa em que isso ocorre", diz.

O pesquisador explica que esse resultado é reflexo do envelhecimento da população. "A terceira idade passou a ter peso maior na estrutura do mercado de trabalho e isso aumenta o impacto dos que passaram de 49 anos para 50 anos entre os dois anos." Além disso, a falta de profissionais capacitados faz com que as pessoas permaneçam empregadas por mais tempo.

O saldo geral do Caged mostra que o emprego formal cresceu em 2,27 milhões de vagas em todo o País de janeiro até setembro.

Ocupações. O ranking das ocupações que mais empregaram a terceira idade neste ano tem dirigentes públicos em primeiro lugar (66.347), seguido por professores do ensino fundamental (66.315) e construção civil (36.411). O setor da construção, aliás, é um dos que apresentam saldo positivo para essa faixa da população (de mais de 21 mil postos). Ou seja, houve abertura de vagas para pessoas com mais de 50 anos.

Já entre os professores do ensino fundamental, as demissões superam as contratações em 1.537 vagas. "Isso nada tem a ver com piora do emprego. Dos 53.482 trabalhadores com 50 anos ou mais demitidos em todas as ocupações, 26.487 se desligaram por aposentadoria ou morte. Não ficaram desempregados", explica Santos. Além da construção, foram abertas novas vagas para a terceira idade entre motoristas e nos setores de alimentação e de serviços domésticos. Os estados do Piauí, Roraima e Ceará também abriram novas vagas para quem tem 50 anos ou mais.

Os novos postos para essa faixa etária surgem na esteira do crescimento econômico e, tanto o setor em que elas são abertas, quanto a região do País em que acontece, reflete isso. "O trabalho na construção bate recordes e o Nordeste experimenta um forte crescimento econômico. Isso favorece o emprego em todas as faixas de idade", diz Santos.

A grande variação no setor público se dá porque, segundo o pesquisador, existe mais estabilidade nesse setor. "A tendência é que o número de trabalhadores acima de 50 anos continue crescendo nos próximos anos."

Fonte: O Estado de São Paulo http://economia.estadao.com.br/noticias/not_40413.htm

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Caminhar 15km por semana ajuda a prevenir demências na velhice

Dar um passo atrás do outro, com regularidade, sem pressa, é uma das melhores formas de manter o cérebro saudável na velhice, com sua plena capacidade cognitiva. Um estudo da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, publicado na "Neurology", a revista on-line da Academia Americana de Neurologia, monitorou durante 13 anos 299 voluntários. A pesquisa provou que eles conseguiram evitar a perda da memória e se prevenir da demência com caminhadas regulares.

Os andarilhos, todos sem sinais de demência de acordo com testes neurológicos a que foram submetidos, tiveram suas caminhadas registradas e o cérebro monitorado em 1995. Outros testes foram feitos nove anos depois, em 2004, e mais uma vez em 2008, mostrando que aqueles que mais caminhavam tinham metade do risco de ter problemas de memória do que os que não se exercitavam.

De acordo com a pesquisa, andar cerca de 14,5 quilômetros por semana é o ideal para beneficiar o cérebro e deve ser esta a meta do "exercício neurológico". Segundo os autores, o grupo que andou menos dez quilômetros por semana apresentou um maior encolhimento cerebral ligado à idade que o de pessoas que andavam mais que essa distância.

- O cérebro encolhe na fase mais avançada da idade adulta, o que pode causar problemas de memória. Os resultados do nosso trabalho estimulam a realização de novas pesquisas para saber se exercício físico em pessoas mais velhas são uma medida eficaz contra demências, incluindo Alzheimer - disse Kirk Erickson, da Universidade de Pittsburgh e líder do estudo.

A doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, mata lentamente as células do cérebro, e atividades como caminhadas têm sido indicadas para aumentar o volume do cérebro.


Fonte: Jornal O Globo

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Brasil volta a cair em ranking de igualdade entre sexos

Boa notícia para as mulheres do mundo, mas não para as brasileiras: a igualdade entre os sexos está aumentando na grande maioria dos países, segundo o ranking do Fórum Econômico Mundial chamado Gender Gap, no qual o Brasil caiu da 81ª primeira para a 85ª posição este ano. Desde que o estudo começou a ser feito, em 2006, 86% dos países estudados aproximaram as condições de vida e de renda entre mulheres e homens; o Brasil, porém, ficou no mesmo lugar, com uma melhora insignificante, na faixa de 1%, na taxa de igualdade.

Para a economista Saadia Zahiri, uma das coordenadoras do estudo e diretora do programa de liderança para mulheres do Fórum Econômico Mundial, os resultados mundiais são animadores, e revelam o acerto de algumas políticas públicas adotadas nos mais diversos países.

- O que mais nos anima é que estamos vendo avanços tanto no topo do ranking quanto na parte de baixo, nos países que já estavam bem e em outros que conseguiram resultados importantes nos últimos anos. Não apenas na Noruega ou na Finlândia, mas também em países como os Emirados Árabes - disse Saadia.

Os 14 indicadores do Gender Gap incluem acesso à educação, expectativa de vida, participação no mercado de trabalho, remuneração, participação política (número de mulheres no Congresso e nos altos escalões do governo). Aqueles em que o Brasil vai pior são a desigualdade na remuneração - o estudo aponta que a mulher brasileira ganha pouco mais da metade do homem para fazer o mesmo trabalho - e a baixa participação política, com apenas 9% de mulheres no Congresso.

A pesquisadora nota que o Brasil melhorou muito, em termos de igualdade, na esfera da educação fundamental e básica, nos níveis de alfabetização, e que, no que diz respeito ao ensino universitário, as mulheres já ocupam mais vagas que os homens.

- Isso é extremamente importante nesse momento, em que o país está mudando de perfil, passando a ser uma economia mais voltada para a inovação e o conhecimento. É preciso assegurar que todo esse talento vai ser integrado à economia, mas quando você olha os níveis de participação na economia, as mulheres têm 64%, contra 85% dos homens, uma diferença enromeenorme. - observa Saadia.

O grande problema do Brasil, segundo a economista, é que a integração de grandes contingentes de mulheres às escolas e ao mercado de trabalho não está se traduzindo em maior igualdade de renda. Em termos de percepção sobre salários, os executivos brasileiros acreditam que as mulheres estão ganhando pouco mais da metade da remuneração dos homens para fazer o mesmo trabalho: US$ 7 mil anuais, em média, para mulheres, US$ 12 mil para homens. A percepção de igualdade de salários, se fosse o único indicador, colocaria o Brasil na 123ª posição, e, nesse indicador, o Brasil vem piorando a cada ano.

As mulheres brasileiras já são maioria nas ocupações com formação técnica ou universitária (52%), mas apenas 36% chegam aos postos de comando, o que é apontado pelo estudo do Fórum Econômico Mundial como um dos índices de maior desigualdade de gênero no país.

O Brasil vai mal na comparação com os vizinhos: a Argentina aparece na 28ª posição no ranking, e o Chile, na 48ª. Quatro países nórdicos se mantiveram no topo da lista: Islândia, Noruega, Finlândia e Suécia. São países que se saem bem em todos os pontos aferidos pelo Fórum, e já reduziram a desigualdade entre gêneros em mais de 80%. Na Suécia, a licença pelo nascimento de um filho é em média de um ano, podendo ser estendida com redução proporcional de salário, mas tem que ser exercida ao menos em parte pelo pai. São cada vez mais frequentes os casos de famílias em que marido e mulher dividem em proporções mais equilibradas, ou até iguais, o tempo de licença.

- É claro que os países nórdicos têm níveis de impostos muito altos, e que suas políticas são difíceis de reproduzir ao redor do mundo. Mas há muitas coisas que podem ser aplicadas em outros lugares, como a igualdade na distribuição de cargos nos conselhos e a substituição do conceito da licença-maternidade pelo de uma licença para os pais - afirmou a pesquisadora.
Em escala global, a presença de mulheres em cargos políticos, que era de 14% em 2006, subiu para 18% este ano, revelam os dados do estudo.

Os Estados Unidos subiram no ranking, chegando à 19ª colocação, principalmente devido à nomeação de um grande número de mulheres para cargos importantes no governo do presidente Barack Obama, entre os quais a secretária de Estado, Hillary Clinton. Segundo Saadia, a importância de modelos reais nos quais as pessoas se inspirem é grande.

- Há um impacto dos modelos de liderança: ter um exemplo de liderança feminina afeta enormemente a próxima geração, seja na política, nos negócios ou em qualquer campo. Um exemplo tão físico, tão palpável, afeta a dinâmica do processo.

Na Ásia, o melhor desempenho foi o das Filipinas, um dos únicos oito países do mundo a já ter eliminado as diferenças entre os sexos nos indicadores de saúde e educação.

Fonte: Jornal O Globo

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Inflação para terceira idade é menor que a geral no 3º trimestre

A inflação de produtos consumidos e voltados para os idosos se manteve perto da estabilidade no terceiro trimestre, ainda inferior ao índice inflacionário geral. Segundo estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) variou 0,05% neste trimestre, segue abaixo do indicador geral brasileiro (IPC-BR), que foi de 0,17%.

No acumulado de 12 meses, o IPC-3i, que considera como terceira idade os indivíduos com mais de 60 anos, está em 4,25%, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Brasileiro (IPC-BR) marca 4,36%. A variação do IPC-3i neste trimestre é 0,87 ponto percentual menor que a do trimestre imediatamente anterior.

Na divisão por setores, o grupo de Transportes (-0,62% para 0,33%) registrou alta, motivado pelo aumento no preço do álcool. Para compensar, Alimentação (0,01% para -1,27%), Habitação (1,38% para 0,85%), Vestuário (3,58% para -0,87%), Despesas Diversas (1,12% para 0,33%), Saúde e Cuidados Pessoais (2,12% para 1,05%) e Educação, Leitura e Recreação (0,74% para 0,05%) tiveram baixa, mantendo o IPC-3i estável.
Fonte: Jornal O Dia

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dia do Idoso

Aos poucos, a sociedade brasileira vai se dando conta de que não é tão jovem quanto era na década passada. Já existem mais adultos e idosos do que crianças, o que obriga tanto o Poder Público, quanto a própria sociedade, a se adequarem a esta nova realidade.

Porém, apesar dos avanços, principalmente no processo de conscientização e legislação, e das ações do Poder Público nas áreas de assistência e saúde, ainda há muito no que avançar no respeito e na reverência, dos quais os idosos são merecedores. Na verdade, o idoso ainda é maltratado em casa, na rua, no banco, nos ônibus, nos hospitais, nas delegacias... Enfim, a discriminação pela idade ainda é uma mancha negra que, hipocritamente, a sociedade tenta esconder, camuflando-a sob a propaganda midiática e enganosa, que nos vende a ilusão da juventude eterna.

É preciso recuperar o respeito verdadeiro ao idoso, pois este é o futuro de todos nós, que almejamos viver mais e melhor. E uma frase, dita por uma das minhas queridas amigas, que tem oitenta e poucos anos, reflete muito bem esta expectativa: ‘quem não envelhece, morre cedo’. Meio trágico, mas real.
Portanto, viva, procurando, sempre, aproveitar ao máximo os prazeres contidos em cada uma das fases de nossa existência.