quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Envelhecimento ativo do idoso traz benefícios à sociedade

Com o envelhecimento acelerado da população, a sociedade brasileira está diante de um grande desafio. Ela precisa se preparar para manter o idoso ativo e produtivo, caso contrário o risco de doenças psicológicas e cognitivas irá aumentar. Hoje, o país tem cerca de 20 milhões de idosos e pelo menos 15% são portadores de depressão. Em 40 anos, o percentual de idosos deve dobrar, passando de 6,67% para pouco mais de 13% da população total do país. O crescimento da depressão pode acompanhar ou até superar este ritmo. A doença avança conforme a pessoa se torna inativa e isso favorece outras doenças cognitivas, como o Mal de Alzheimer.

Por outro lado, se a sociedade passasse a oferecer mais atividades aos idosos, o risco de desenvolver doenças cognitivas e as chances de postergar o avanço delas seriam bem menores. É justamente isso que a pesquisadora Margareth Brandini Park pretende com seu livro “Educação e Velhice”, da Editora Setembro.

A pedagoga, ligada ao Centro Memória Unicamp (CMU), reuniu para a obra trabalhos de 20 pesquisadores sobre longevidade, em parceria com o sociólogo Luís Antônio Groppo. Os textos relatam experiências bem-sucedidas com a terceira idade, todas ligadas a ambientes de educação.
“São propostas de intergeracionalidade, nas quais aproximamos idosos de jovens. A energia de crianças e adolescentes mexe com o idoso, e a experiência do idoso acalma e desperta interesse em jovens”, resume a pesquisadora.
Ela cita o exemplo de uma escola municipal de Jarinú, no interior de São Paulo. “Idosos foram convidados para contar suas memórias aos alunos e isso os ajudou a reconstruir um retrato do passado da cidade”, conta a pedagoga. Os idosos contavam como era a escola, o ambiente e as brincadeiras antigas, entre outras coisas. Outro grupo de idosos fez uma atividade semelhante.
“Eles ajudaram a identificar um acervo fotográfico antigo da cidade”, afirma. As duas atividades são consideradas exercícios para a memória, indicados e bastante utilizados no combate de níveis leves e moderados de demência.
Outra maneira de melhorar a autoestima na terceira idade é com os jornais comunitários, mostra a pesquisadora no capítulo 7 do livro. O idoso aparece como uma espécie de “guardião da memória” do bairro, ao apresentar suas recordações em jornais comunitários. Em outro caso, a pesquisadora mostra o trabalho feito por um grupo de idosos, adeptos ao batuque de umbigada. Essa dança de origem africana, que também utiliza instrumentos de percussão, passou a ser ensinada a jovens interessados em música.
“São todos exemplos positivos, que podem ser aproveitados em outros trabalhos de inserção do idoso na sociedade”, afirma a pedagoga.

Fonte: IG

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente, a socialização é fundamental e necessária para qualidade de vida. Quanto mais os governos e instituições e até as empresas se conscientizarem, melhor para a vida dos idosos. Alzira Mendes