segunda-feira, 12 de julho de 2010

Inflação para terceira idade deve acelerar no terceiro trimestre

Os preços de produtos e serviços utilizados pela terceira idade devem apresentar elevação no próximo trimestre, acredita o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz. Com isso, a tendência de que a inflação para o idoso, medida pelo índice de preços ao consumidor da terceira idade (IPC-3i), supere a média geral da população, registrada no IPC-Brasil, deve ser mantida.

No primeiro semestre deste ano, o IPC-3i foi de 3,67%, enquanto no mesmo período do ano passado havia sido de 2,68%. No acumulado em 12 meses, a inflação do idoso registra taxa de 5,1%, e a média da população ficou um pouco abaixo, com 4,93%.

O economista da FGV demonstra que essa diferença se torna significativa ao longo do tempo. No acumulado entre 2004 e 2009, o IPC-3i avançou 33,13%, enquanto o IPC-Br acumulou taxas de 31,24% nos mesmos seis anos.

"O indexador de reajustes para o aposentado é o mesmo que o utilizado para a média da população, enquanto a inflação deles é mais alta. Então o idoso vai sentindo mais rapidamente os efeitos da inflação", disse Braz.

A diferença entre a inflação do idoso e a média da população no primeiro semestre deste ano foi impulsionada pelo reajuste de serviços administrados, mais utilizados na residência, e pelo setor de saúde. A alimentação responde por 32% do índice dos idosos, a habitação é responsável por 31% da inflação e os serviços de saúde representam 16% da terceira idade. A saúde representa justamente a grande diferença para a média da população.

O índice dos idosos ficou mais baixo no segundo trimestre, com 0,92%, do que nos três primeiros meses, quando foi de 2,72%. A alimentação ajudou neste recuo, por ter desacelerado do avanço de 5,8% no início do ano, para ficar praticamente estável, com alta de 0,01%.

No entanto, para o terceiro trimestre, esperam-se reajustes maiores dos alimentos. "O grupo alimentação não deve ficar com uma taxa baixa como no segundo trimestre, mesmo que não pressione tanto como foi no primeiro trimestre. Para o terceiro trimestre, esperamos também o grupo habitação com taxa maior, dados os reajustes na parte de energia elétrica, água e esgoto e telefonia", disse Braz.

Apesar de ser a maior diferença, a alimentação não é o único fator de redução de pressão sobre os índices de preços. Das sete classes de produtos e serviços pesquisadas, a FGV encontrou queda das taxas de inflação em quatro, no segundo trimestre deste ano. Já no semestre, cinco das sete classes tiveram avanço.

"Dá para perceber que a economia está mais aquecida. Isso provoca aceleração de preços e o idoso não está imune a isso", disse o economista responsável pela pesquisa.

Fonte: Globo Online

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