sábado, 26 de setembro de 2009

Bananas hondurenhas para mico brasileiro

Para entender a trapalhada internacional em que Lula meteu o Brasil, jogando no lixo tradição secular da diplomacia brasileira pelo diálogo e não ingerência, sobre se houve ou não golpe com a deposição de Zelaya da presidência de Honduras, é preciso voltar ao passado em que o termo República de Bananas designava países da América Central, onde ditaduras corruptas se perpetuavam, sob o patrocínio da empresa americana United Fruit Company, que explorava a fruta, principal produto, até então, daquela região.

Depois de décadas, as democracias tomaram lugar dos caudilhos, e Honduras, para fugir ao vergonhoso e depreciativo estigma daquela época, tratou de estabelecer impedimentos constitucionais às pretensões de presidentes ambiciosos pelo poder. Ou seja, a Constituição vigente hoje em Honduras tem como cláusula pétrea impedir que aventureiros tentem impor retrocessos àquele vergonhoso passado de triste memória para o povo daquele país.

Por isso, pelo artigo 237, o mandato presidencial é de no máximo quatro anos, vedando expressamente a reeleição, estabelecendo ainda que: “aquele que violar essa cláusula, ou propuser-lhe reforma, perderá o cargo imediatamente, tornando-se inabilitado por dez anos de qualquer função pública”.

E foi justamente esta regra que o ex-presidente Zelaya tentou mudar através de decreto, propondo consulta popular para a formação de uma constituinte, onde imporia, por sua popularidade (ou populismo), a mudança “constitucional”. Cabe ressaltar que todas instituições democráticas, incluindo a mais alta Corte daquele país, repudiaram a pretensão de Zelaya.

Portanto, pelas regras daquele país, a destituição de Zelaya foi constitucional e não golpe. Além disso, Zelaya nunca escondeu fazer parte da chamada “revolução bolivariana”, que está sendo difundida e patrocinada por Hugo Chaves, dublê de ditador e presidente da Venezuela, que também não faz mistério sobre sua determinação em trazer para a América Latina conflitos ideológicos de outras partes do mundo, que podem resultar em guerra na nossa região.

O pior disso tudo, porém, é a conivência do nosso governante maior, cujas pretensões de liderar a América do Sul no contexto internacional também não é mistério, mas esbarram em ações absurdas como esta do Brasil em Honduras. O que para mim só alimenta antagonismos contra nosso país, por conta das práticas atuais da diplomacia brasileira iguais as que tinham nosso repúdio quando eram implementadas pelos yankees, em passado remoto.

Só espero que tais posturas não sejam prenúncio de radicalismos, que até então se mantiveram contidos pelo fortalecimento de nossas instituições democráticas, que têm na Constituição de 88, um verdadeiro guardião, intransponível aos aventureiros.

Um comentário:

Anônimo disse...

O governo está promovendo imperialismo na América Central, enquanto ignora a afronta de Bolívia, que roubou duas refinarias da Petrobrás, do Equador, que expulsou a pauladas uma empreiteira brasileira,e do Paraguai, que mudou o Tratado de Itaipu, o que só beneficviou o país vizinho. Em termos de política internacional, só fez besteira, expondo o País ao ridículo. Geraldo Borges - militar reformado